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sábado, 14 de dezembro de 2013

Por favor, quero prazo pra juntar a procuração!

Como dizem, puxa-saco, tiririca e formiga, rareiam, mas não acabam. Assim, como todo bom puxa-saco e como tiririca que sou, presto aqui minha homenagem, não só a juíza, mas a amiga Daniela Martins Filippini, que, tendo sido promovida pelo Judiciário, deixará, em breve, a nossa comarca.

Cheguei em Nova Odessa há mais de quinze anos, logo quando iniciei minha carreira profissional. Naquele tempo morava e tinha escritório em Americana e minha convivência era quase que exclusiva com os profissionais de lá. Aqui, não conhecia ninguém e ninguém sabia quem eu era. Como dizem, era uma forasteira, xeretando na cidade alheia.

Comecei a trabalhar aqui aos poucos, de mansinho. Nessa mesma época, quase junto comigo, outra pessoa também chegou, aos poucos, de mansinho. Juntas, cada uma em sua área, e em seu círculo, fomos conquistando espaço e amigos. E assim, em razão da profissão, nossos caminhos se cruzaram.

Confesso que não foi sem certa estranheza que travei meus primeiros contatos com ela. Acostumada a aguardar do lado de fora e, muitas vezes sequer ser recebida, ou, então, sem ser percebida quando convidada a entrar, me espantou a forma educada e cordial com que fui atendida.

Minha presença nunca foi ignorada, minhas palavras sempre foram ouvidas e minhas indagações sempre respondidas com humildade, ainda que fosse para negar o meu pedido.

Acostumei-me com isso rapidamente. Quem não gosta de ser bem tratado, de se sentir bem-vindo? Eu adoro! Tanto que acabei me transferindo para a cidade, de mala e cuia, e aqui me fixei há 12 anos. Claro que essa pessoa não foi a única nem a maior razão para que eu escolhesse Nova Odessa como minha segunda casa, mas foi, sim, um dos motivos que me levaram a ponderar sobre ficar aqui.

Sempre que tive um abacaxi nas mãos e não sabia como começar a descascá-lo, recorria aos seus conhecimentos, aos seus conselhos. E ela, sempre pronta e de portas abertas, me orientava, me dava uma luz ou já me dizia logo: “não sei, dessa vez não posso ajudar”.

Conto isso sem pudor, porque esse não era um privilégio meu, mas de todos os colegas de profissão. Todos, sem exceção, sempre tiveram as portas abertas e a liberdade de expressão respeitada. Todos sempre foram tratados com delicadeza e educação, ainda que suas reivindicações não fossem bem recebidas.

É claro que não sou ingênua em dizer que ela era unanimidade entre profissionais e colegas de trabalho, mas não tenho medo de afirmar que apenas uma minoria era alheia ao seu modo de trabalhar, de pensar, de agir. Por isso falo por mim, mas sei que minhas palavras farão eco no coração de muitos profissionais, de muitos amigos.

Durante esses quase quinze anos de convivência, cercada pelo respeito profissional, mesmo não sendo tão íntimas e próximas, aproveitamos o tempo para estreitar um laço de amizade, de admiração recíproca, de carinho e compreensão.

Sou feliz por tê-la conhecido além da toga austera. Conheci a mulher sensível, mãe dedicada, profissional zelosa, amiga para todas as horas, pessoa generosa e sempre muito justa.

Conheci a juíza que sabia o momento de tomar as rédeas de uma audiência que se perdia em meio a discussões insossas; a juíza que não perdia o humor mesmo durante situações embaraçosas; a juíza que se transformava em mãe em audiências que exigiam, de nós, mulheres, principalmente, muita sensibilidade; e a juíza sensível, que sabia tratar os humildes com respeito e dignidade.

Em todo esse tempo, há coisas que não me esquecerei: em uma audiência de alimentos, o requerido, de nome Benedito, alcoolizado, não parava de repetir que não tinha condições de pagar a pensão. Ela, com toda educação, tentava fazê-lo entender a sua obrigação como pai, até que o ébrio senhor lhe disse: “minha filha, cê num tá entendendo que eu não tenho como pagar e ninguém vai me obrigar”. Pronto, cutucou a onça com vara curta, e, de repente, ela me solta essa: “Mas será o benedito, Seu Benedito”? e continuou repreendendo o dito cujo sobre sua obrigação de pagar a pensão. A essa altura, eu já estava roxa de vontade de rir, porque ao primeiro som do “será o benedito”?, expressão usada por minhas avós, eu já parei de prestar atenção ao resto.

Outra audiência que jamais me esquecerei: um menino de 14 anos molestou um garoto de uns 06 ou 07 anos. Durante a oitiva da pequena vítima, ela pediu que todos se retirassem da sala, e ficamos eu (defensora do menor infrator), ela e o menino. Então, a Juíza deixou sua toga e se tornou a mãe de um menino da mesma idade que aquele ali. Saiu de seu lugar, sentou-se ao lado dele, e com o maior cuidado e carinho, lhe fazendo perguntas do cotidiano, sobre desenhos e brinquedos de ele gostava, foi entrando no assunto e, sem que ele percebesse, foi narrando os fatos sem constrangimento. Naquele dia meu coração doeu, se partiu, assim como o dela. Ambas temos filhos com poucos meses de diferença, e naquele momento, claro, sentíamos como se nossos filhos tivessem passado por aquilo tudo. Com olhos marejados nos olhamos, entendendo perfeitamente o que passava no coração uma da outra, respiramos fundo e prosseguimos a audiência.

Também houve tempo em que trocamos confidências, compartilhamos nossas tristezas, nossos medos, nossos problemas. Também rimos muito, contamos piadas e “trocamos figurinhas” como toda mulher.

Eu sabia que um dia ela não estaria mais aqui. Enfim, este momento chegou. A Dra. Daniela Martins Filipini, juíza de nossa comarca por tantos anos, foi, merecidamente, promovida, e, em breve, seguirá seu caminho profissional em outra cidade.

Sei que ela deve estar muito mexida com essa partida, em razão dos muitos amigos que deixará, mesmo assim, foi algo pensado, amadurecido e preparado para acontecer no tempo certo.

Afinal, sabemos que pessoas passam por nossas vidas a todo instante: umas ficam, outras vão e algumas nem se fazem perceber. Fato é que todas elas, de uma maneira ou outra, deixam as marcas de suas passagens em nossas almas, e, sendo bom ou não, sempre nos trazem algo para refletir.

Sou daquelas pessoas que acredita que amigos são para a vida toda. Para mim, cada um dos meus amigos é uma centelha especial do meu ser. Sou o que sou graças a cada uma dessas centelhas, que sempre, de um modo ou outro, me ensinaram algo bom e me deram a oportunidade de doar algo bom de mim.



Dani, você com certeza é uma centelha da minha humilde existência. Tenho muito a lhe agradecer por ter doado o seu tempo a nos ensinar que as pessoas, apesar de sua cultura, de seu cargo, são todas iguais, perante a lei e aos olhos de Deus.

A saudade dói, é claro, mas não mata. O que mata, aos poucos, é o cansaço da viagem diária de sua cidade até aqui; as poucas horas de convivência com o filho e familiares; a falta de tempo para cuidar de si mesma. Fico muito feliz por você, pois sei que a mudança lhe fará muito bem.


Agora, tenho que confessar uma coisa: estou morrendo de inveja dos advogados de Itupeva! Espero que eles saibam dar o devido valor ao presente que estão recebendo de nós, novaodessenses. E só mais uma coisa: avisa a pessoa que for te substituir que tenho um sério problema com juntada de procurações e cartas de preposição.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Oração da Sereia Aposentada pelo Dia Nacional de Ação de Graças


"Diante de ti, Deus, meu pai todo poderoso, eu vos dou graças por minha vida.

Te agradeço Senhor por todos os momentos em que me deste a oportunidade de sentir o calor do sol, as gotas da chuva, o orvalho da noite, o mar, o vento no rosto e a luz do luar.
Te agradeço meu Deus, bom e misericordioso, por ter me dado saúde, e até pela falta dela, pois foram nesses momentos que aprendi a me amar mais e mais.

Obrigada meu pai amoroso por todas as pessoas que foram colocadas em meu caminho. Obrigada sobretudo por meus amigos, a quem eu vos dou graças e peço que muitas graças lhes sejam concedidas.

Agradeço-te Senhor, meu Deus, pela família com que fui abençoada e que me deste a oportunidade de partilhar mais esta passagem terrena.

Obrigada por meu filho, luz e alegria de meu viver. Obrigada por meus amados pais e meus queridos irmãos. Obrigada pela alegria de compartilhar a vida com tios, primos, sobrinhos e todos aqueles escolhidos para fazer parte da minha vida e da vida dos meus. Que o seu manto sagrado possa cobrir-lhes de bençãos diariamente.

Obrigada Senhor por meu trabalho, por minha casa, pelos alimentos que não faltam em minha mesa.

Obrigada Deus pelos meus amores e desamores, e pelo amor da minha vida.

Querido e grandioso Deus, pai de amor, Deus de misericórdia e bondade, eu vos dou graças por tudo e todos ao meu redor e peço-lhe humildemente o seu perdão, pelos momentos em que, distraída, esqueci-me de agradecer pela vida cotidiana, pelos meus percalços e minhas vitórias.

De joelhos, a seus pés, eu te agradeço: Obrigada! Obrigada! Obrigada!

Também agradeço a vocês, meus pais, meus irmãos, meu filho e minhas sobrinhas, e a todos os meus amigos, sem distinção, por fazerem parte da minha vida, me acompanharem, torcerem pelas minhas lutas, vibrarem com as minhas conquistas e não me desampararem nas minhas derrotas. Amo muito a todos e a cada um".




"Em tudo, daí graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco". (Tessalonicenses 5.18)


terça-feira, 19 de novembro de 2013

Mas que boca suja!

 
Esses dias minha mãe lembrou um fato que passo a vida tentando esquecer, pois faz parte de um daqueles momentos vergonhosos das nossas vidas em que gostaríamos, literalmente, que se abrisse um buraco aos nossos pés. Pois bem.

A época era lá pelos saudosos idos de 1977, quando eu, ainda uma pequena sereia de seus 07 anos, vivia perambulando, toda lépida e faceira, em meio às mesas e clientes do restaurante da família.

Entre as minhas idas e vindas, da cozinha para o salão, do salão para a cozinha, eis que me deparo com o garçon atarantado (Pedro, era esse o nome dele, e jamais esquecerei sua fisionomia, por associá-lo ao personagem "amigo da onça"). Continuando... eis que me deparo com o Pedro, atarantado entre tantos pedidos, tantos chamados, que mal vê e muito menos ouve, o toque da campainha avisando que mais um pedido estava pronto. 

Metida a irmã auxiliadora desde que nasci, intrometida como só, saio, toda saltitante, buscando o Pedro pelo salão lotado e gritando, para que ele realmente ouvisse, que a comida estava pronta esperando na "boceta". 

Demorei muito tempo para entender qual a razão do olhar faiscante do meu pai e da imediata saída de minha  mãe da cozinha, me pegando pelo braço e me dando uns safanões, perguntando onde foi que aprendi aquela barbaridade e que aquilo não se repetisse, porque eu apanharia, e nem deixou que eu me explicasse.

Barbaridade? Por que eu, uma pequena sereia já letrada, leitora assídua da Turma da Mônica, Vaca Voadora e Recruta Zero, não podia dizer que a comida estava na "boceta", quando todos no restaurante ficavam esperando que os pratos saíssem por aquele buraco, e rapidamente avisavam, "olha o pedido na "boceta". 

O episódio foi encerrado naquele dia, jurei pra mim mesma não repetir aquela palavra, mesmo quando visse um prato esfriando na "boceta" e pronto, ninguém mais tocou nesse assunto. Mas eu, passei dias acabrunhada, inconformada com o fato de ter passado vergonha na frente de todo o restaurante, só por ter tentado ajudar. Isso me marcou muito, sabem? Doeu, viu?

Fui aprender, anos mais tarde, já um pouco mais letrada, que o tal buraco onde se colocam os pedidos da cozinha para o restaurante chama-se "boqueta", o que nos idos de hoje, também é uma palavra pouco apropriada!

Observações:

1. Para aqueles que também desconheciam a palavra, está aí o significado, esclarecendo ainda, que aqueles que fazem esse serviço, colocar os pratos no tal local, são chamados boqueteiros.



Significado de Boqueta:

Abertura existente entre a cozinha e o restaurante pela qual os cozinheiros passam aos garçons os pratos que serão servidos aos clientes.

A "boqueta" e a boqueteira.
Exemplo do uso da palavra boqueta:
O prato servido estava frio porque o garçon demorou para pegá-lo na boqueta.

2.  E para quem não é daquele tempo e não conhece o "amigo da onça", olha a carinha da criatura. Lembro muito bem que em algum lugar no restaurante do meu pai, existia uma estatueta do amigo da onça, motivo pelo qual jamais me esqueci do Pedro, o garçon.

Vem dançar!

Boa noite, gente boa, povo lindo! E a chuva, resolveu dar o ar de sua graça. Chove torrencialmente no paraíso do verde. 

E a chuva chama, nos convida para dançar os embalos de mais um dia quente de verão. O vento, agora forte, já não sussurra, mas grita a plenos pulmões, nos convidando para a dança da chuva, sob o som inebriantes dos trovões e o espocar  dos relâmpagos que cortam o céu. 

A chuva, espetáculo de final de tarde, nos brinda com o convite para sermos felizes, porque o sol ainda está lá, assistindo a tudo e se preparando para entrar em cena, quando a esquete da chuva terminar.

Vem dançar!

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

MORTO/VIVO - Conectados, vivemos melhor!

Sou cliente Morto/Vivo, antes Telefônica (o que não muda nada, só o nome), há mais de uma década e nunca fiquei tão aborrecida com o meu prestador de serviços, como no último semestre.

Para que as pessoas tenham uma ideia clara do que me aborrecendo (não queria baixar o nível, mas a palavra correta, no caso, seria “emputecendo”), apenas nos últimos 20 dias fiquei incomunicável por vários dias, sem net e sem telefone, nada mais, nada menos, que por três vezes seguidas. Isso já ocorreu outras vezes durante esse ano.

Nessas três vezes, liguei inúmeras vezes na Morto/Vivo, pedindo o reparo da linha. Primeiro, o atendente eletrônico “Mais Morto que Vivo”, avisa (como se ninguém soubesse) que os Correios estão em greve e você deve apertar 1 para pedir o código de barras da sua conta que vencerá nos próximos dias. Três minutos depois (que para mim, desprovida de paciência desde o nascimento) pareceram 3 horas, retorna a gravação e me pede para falar em poucas palavras o que preciso: REPAROS NO MORTO/VIVO SPEEDY. Falo o mais alto e pausadamente que consigo, e ele, parece que para me irritar, responde “Desculpe, não entendi, por favor repita, pausadamente e em poucas palavras o que você deseja”.

A essa altura minha vontade é dizer que o meu desejo é que vão todos para a PQP, mas, que adiantaria? Ele é apenas um morto/vivo, penso eu.

Mais de 10 minutos, (não seriam umas 10 horas?) alguém, cujo nome não entendo e cuja dicção é incompreensível (a Morto/Vivo deveria pagar fono para todos os seus “representantes”), consigo explicar o que está acontecendo (ou, na melhor das hipóteses, o que NÃO está acontecendo) estou sem telefone e sem net. Sim, já desliguei tudo, não consigo fazer nem receber chamadas, etc. etc. Só um instante, vou “estar passando” para o setor técnico.

Como assim?! E vem outro representante, do mesmo tipo e após várias perguntas idiotas, as quais já respondi para o atendente falecido anterior, a pessoa me avisa que há um problema na minha linha e que ela “estará abrindo” um chamado técnico e que no prazo de até 48 horas, o tal técnico “estará vindo” até o local para a manutenção da linha.

Esse técnico, um terceirizado, vem mesmo. Às vezes em menos de 48 horas, e outras bem depois. Ele arruma e tudo volta a funcionar. Que bom! Retorno ao mundo virtual e o meu telefone chato começa a tocar sem parar (será que as pessoas não desconfiam que não estou com paciência para atender telefone?). Adivinhem quem é? Outra gravação, pedindo que eu responda se o problema foi resolvido e se o serviço foi bem executado. Em um dia, me ligaram umas oito vezes com a mesma pergunta.

E tem outra coisa: em uma das inúmeras vezes em que precisei aguardar o técnico, um deles, muito simpático, me deixou o número do celular para que o chamasse caso o problema ocorresse novamente, uma vez que ele morava aqui por perto.
Claro que o problema ocorreu e como a Morto/Vivo me ignorou por mais de 03 dias, resolvi ligar para o bom samaritano: “Mas a senhora já ligou para a Vivo? Então esquece. A senhora deveria ter me avisado primeiro”. Só então entendi que de bom samaritano o inferno deve estar cheio. Ele queria era me prestar serviços (serviços pelos quais já pago para a Morto/Vivo).

Sei que vocês se cansaram da história e certamente têm algo parecido para contar (afinal, o slogan da Morto/Vivo é “conectados, vivemos melhor”!), mas não é só esse o problema por aqui.

Desde dezembro (sim, dezembro foi o ano passado), estou contatando a Morto/Vivo a respeito de um fio de telefonia que está se soltando, aqui em frente a minha casa. Nem sei quantos protocolos já me passaram e com quantos técnicos (todos os que vieram aqui ao longo desse ano) já conversei sobre o fato. A resposta é sempre a mesma: “Estaremos enviando” uma equipe para o local; ou, “Não é o meu serviço, mas vou avisar o fulano para passar aqui”.

Acreditem ou não, o fio ainda está solto, e agora, mais baixo que eu. Ao levar meu filho para a escola essa manhã, me deparei com o fio quase sobre o carro.




E sabem qual é o meu maior pesadelo? Será que “estarei ficando” sem telefone e sem internet mais uma vez essa semana?

Como cantaria Caubi Peixoto: “Canseeeei, Canseeeei...” e resolvi compartilhar meu emputecimento publicamente. Quem sabe alguém resolve “estar mandando” um técnico para resolver o meu “pobrema de comunicação”, afinal, como bem dizia Chacrinha, “Quem não se comunica, se trumbica”.

E para terminar (é, ainda tem mais) aproveito o gancho para reclamar de outra concessionária, a CPFL, aquela que dá a luz (ou deveria). Não bastasse o problema, corriqueiro no meu bairro e arredores, com a falta de energia (ao menos uma vez ao mês ficamos algumas horas no escuro), há mais de 03 meses estou reclamando sobre o poste de energia que está, literalmente, afundando, quase aqui em frente a minha casa e, até agora, ninguém apareceu para “estar solucionando” o caso. Minha última conversa no atendimento da CPFL:
                                          
“Em frente a minha casa tem um poste de energia que está afundando e a atendente da CPFL me pergunta:
- Está afundando pra baixo?
- Sim. (minha vontade - Não, está afundando pra cima, querida)
- A senhora acha que pode ser em razão da chuva?
- Não sei. (minha vontade - Como expert no assunto poste, acredito que deve haver alguma força sobrenatural puxando o poste. Pra baixo, claro.)
- A senhora acha que pode cair agora ou pode demorar algum tempo? Está em risco?
- Pela demora no atendimento, já caiu minha filha.

Eu tentando prestar um favor para a CPFL e quase precisei deixar minhas calças no atendimento, tantas perguntas me fizeram. Cacete. Eu só queria avisar que o poste está afundando.

É isso pessoas boas e cheia de paciência. Agradeço a atenção dos que perderam tempo lendo minhas lamúrias, mas o desespero nos leva a cometer loucuras.


PELAMORDEDEUS VIVO E CPFL ME AJUDEM! (Senão, vou chamar o Varal de Notícias, o JNO, a EPTV, o Ratinho, Datena, Marcelo Rezende, o Batman e até o Chapolim Colorado).

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

"Somos queijo gorgonzola" - texto da lindíssima Maitê Proença


"Estamos envelhecendo, estamos envelhecendo, estamos envelhecendo, só ouço isto. No táxi, no trânsito, no banco, só me chamam de senhora. E as amigas falam “estamos envelhecendo”, como quem diz “estamos apodrecendo”. Não estou achando envelhecer esse horror todo. Até agora. Mas a pressão é grande. Então, outro dia, divertidamente, fiz uma analogia.

O queijo Gorgonzola é um queijo que a maioria das pessoas que eu conheço gosta. Gosta na salada, no pão, com vinho tinto, vinho branco, é um queijo delicioso, de sabor e aroma peculiares, uma invenção italiana, tem status de iguaria com seu sabor sofisticadíssimo, incomparável, vende aos quilos nos supermercados do Leblon, é caro e é podre. É um queijo contaminado por fungos, só fica bom depois que mofa. É um queijo podre de chique. Para ficar gostoso tem que estar no ponto certo da deterioração da matéria. O que me possibilita afirmar que não é pelo fato de estar envelhecendo ou apodrecendo ou mofando que devo ser desvalorizada.

Saibam: vou envelhecer até o ponto certo, como o Gorgonzola. Se Deus quiser, morrerei no ponto G da deterioração da matéria. Estou me tornando uma iguaria. Com vinho tinto sou deliciosa. Aos 50 sou uma mulher para paladares sofisticados. Não sou mais um queijo Minas Frescal, não sou mais uma Ricota, não sou um queijo amarelo qualquer para um lanche sem compromisso. Não sou para qualquer um, nem para qualquer um dou bola, agora tenho status, sou um queijo Gorgonzola".

Maitê Proença

sábado, 7 de setembro de 2013

Pátria amada, Brasil!


Dia da Pátria, Dia da Independência do Brasil. Deixamos de ser colônia, passamos a ser "parfum". Um perfume rico de muitas notas: mistura de cores, flores e raças. Deixamos de ser colônia de aroma exótico, passamos a ter o nossa própria nota de fundo: brasilidade.



Saudade do tempo em que todos saiamos as ruas para comemorar. 


Os pais com seus filhos, carregando bandeirinhas, todos ansiosos para assistir o desfile cívico. Ainda que sempre se repetissem, ano após ano, o orgulho de ser brasileiro estava sempre presente. 

Os estudantes esperavam ansiosamente o dia 7 de setembro. A fanfarra ensaiava diariamente para que o hino pudesse ser acompanhado com perfeição. As saias brancas cheias de prega, difíceis de passar, ficavam nos cabides dias antes, esperando para desfilar. 

Bons tempos aqueles, em que, nas escolas, o hino nacional era cantado, diariamente. E ainda nos ensinavam que primeiro era "em teu seio, ó Liberdade" e depois "nossa vida, no teu seio, mais amores". Que "Brasil, um sonho intenso" vinha antes de "Brasil, de amor eterno seja símbolo".

Os tempos são outros. Nem as escolas mencionam a semana da Pátria. Os desfiles mudaram: desfilam corrupção e corruptos impunes, protestos e depredações. 

Mas a Pátria ainda é a mesma: nossa Pátria Amada, Pátria Mãe Gentil, mãe de um povo caloroso, trabalhador, criativo e que muito ainda tem a oferecer para que nossa Pátria Brasil, deixe o berço esplêndido, abra os olhos e vá em frente, atrás da tão sonhada Ordem e Progresso. 

Pátria Amada, Idolatrada, Brasil!

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Viúva sim, porque não?!

Como em todos os anos pós-eleições, o primeiro dia do ano é muito aguardado pelos eleitos por tratar-se do dia em que sua vitória nas urnas será ratificada. 

Em Nova Odessa não poderia ser diferente, afinal, o prefeito eleito obteve quase 70% dos votos válidos, conquistando a confiança de mais de 20.000 eleitores, dos quais boa parte fez questão de prestigiá-lo no dia de sua posse.

Até ai, nada a ser contestado. Fez-se valer a vontade popular, a voz do povo que clamou por mudanças, que expressou seu desejo de ser representado por outros que não aqueles eleitos pelo mesmo povo por quatro décadas.

Não, não vou criticar ou elogiar a nova administração nem falar sobre o novo prefeito (ainda não). Também não vou criticar e nem defender o seu antecessor ou antecessores (ainda não). Minha crítica é contra um rótulo, contra um infeliz comentário, uma afirmação maldosa e pejorativa, que vem me incomodando e me cutucando desde o início do ano, fazendo coçar os meus dedos e forçando-me a reclamar, retrucar.

Venho mastigando o título de "viúvas do Samartin" usado pela imprensa para rotular os ex-servidores nomeados para cargos em comissão na administração anterior (dentre eles, eu), e que estiveram, ou não, presentes na solenidade da posse do prefeito eleito.

Minha indignação ficou represada por mais de um mês por educação, por entender que algumas coisas não passam mesmo de pequenas coisas e de coisas pequenas, cuja importância é tão ínfima que não merecem revide. Mas o tal rótulo colou em minha cabeça; vesti a carapuça e mordi a chumbada; e, ainda que não tenha presenciado a festa da democracia, me senti sim, indignada, não só por mim, mas por alguns amigos que lá estiveram. Pergunto: e daí? Qual o problema de terem comparecido à solenidade?

Infelizmente, por razões de saúde, não estive lá, mas não vejo por qual motivo, eu, ex-ocupante de cargo comissionado na administração passada, moradora  e eleitora de Nova Odessa, mãe de um novaodessense,  não poderia  ter acompanhado e prestigiado a posse do novo prefeito de Nova Odessa, ainda que não tenha sido a minha escolha nas urnas.

E qual o problema com aqueles que estiveram na posse do prefeito, que presenciaram a validação da vontade da massa? Como se entende das palavras do autor do rótulo de "viúvas", esses só estiveram lá para aparecer, para serem vistos pelo novo administrador, com a única finalidade de tentar manter suas "boquinhas", seu emprego, sua cota parte dos cofres públicos.

Que infelicidade do jornalista! Será que ele não poderia imaginar que essas pessoas também estiveram lá por carinho e solidariedade aos antigos  "patrões" e amigos?  

Mas, o mundo dá voltas, a vida é um constante vai e vem. A lei da ação e reação é implacável. Daqui 04 ou 08 anos, quem sabe não terei a oportunidade de ver outras "viúvas", essas então, da atual administração, na posse do futuro prefeito? Será que lá se farão presentes para serem vistos e tentarem, desesperadamente, continuar nos cargos para os quais foram nomeados recentemente, ou, apenas para levarem o seu abraço e gratidão ao futuro ex-prefeito? É o roto falando do rasgado, o sujo do mal lavado, as antigas pedras que, se esquecem, viraram vidraças.

Gostaria muito de ter ido à solenidade, não para aparecer, mas para estar ao lado daqueles com quem convivi diariamente nos últimos sete anos e que foram representantes do povo por dois mandatos, eleitos, como foi o atual prefeito, pela vontade da maioria, pela vontade do povo.

Independente de concordar ou não com todos os atos da administração da qual fui parte, sou muito grata ao ex-prefeito Manoel Samartin e à professora Salime Abdo, por terem me acolhido e me respeitado durante todo o tempo em que estivemos próximos.

Aproveito para fazer minhas as palavras do amigo Molina:

"Desejo ao Samartin e à senhora Salime votos de bom descanso, dizendo também que sou muito grato à eles. Ao prefeito Benjamim, meus sinceros votos de sucesso e conquistas. Boa sorte a todos da administração".

Sou sim, viúva do Samartin, e daí?


Sereia plus size

Todos já perceberam que meu lema é "I was born to shop and I love deals", ou, em bom português, nasci para comprar e adooooro uma promoção. Numa dessas, estou sempre batendo salto (baixo) atrás de uma boa liquidação.

Dias atrás, saltitando pelos corredores do Via Direta (atacado de moda em Americana), me deparei com uma vitrine de camisas femininas, todas em promoção. Imediatamente me joguei para dentro da loja, pensando que aquelas camisas seriam ideais para usar no dia a dia, ótimas fantasias de advogada. As camisas eram, de fato, lindas e do jeito que gosto: boas, bonitas e baratas, claro.

Mas o mais importante foi o fato de a vendedora ter insistido que meu tamanho não era G ou GG como eu pedi, mas sim o P e, no máximo, o M (palavras dela!).

É lógico que ao ouvir tamanho disparate e perceber que ela falava sério, comecei  a rir e pensei: "essa mulher bebeu antes de vir trabalhar ou tem sérios problemas de visão". Afinal, qualquer espelho, não somente o meu, pode identificar que o meu sobrepeso já passou das medidas ideais.

Mas, enfim, experimentei as tais camisas e, ao descobrir que o M e o P me serviram, acabei experimentando váaaaaarias outras roupitchas e trouxe um bom estoque para casa.

Tão empolgada fiquei com a modelagem e com o bom gosto das peças, que resolvi procurar o site da loja para ver se não tinha sobrado uma ou outra peça que eu não havia comprado.

Surpresa! Descobri que a loja, Spicy & Vitta, trabalha com duas modelagens: a Spicy é a tradicional e a Vitta é a modelagem plus size. Adivinhem qual foi a modelagem que veio para o meu guarda-roupa? Errou quem falou Vitta. Eu também trouxe umas peças da Spicy, tamanho G ou GG, claro. 

Sereia aposentada e plus size!
Meu consolo é que o pessoal do serviço social de uma empresa para a qual presto serviços nunca mais vai reclamar das minhas roupas sem manga. Agora sou uma sereia decentemente trajada.

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