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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

"Somos queijo gorgonzola" - texto da lindíssima Maitê Proença


"Estamos envelhecendo, estamos envelhecendo, estamos envelhecendo, só ouço isto. No táxi, no trânsito, no banco, só me chamam de senhora. E as amigas falam “estamos envelhecendo”, como quem diz “estamos apodrecendo”. Não estou achando envelhecer esse horror todo. Até agora. Mas a pressão é grande. Então, outro dia, divertidamente, fiz uma analogia.

O queijo Gorgonzola é um queijo que a maioria das pessoas que eu conheço gosta. Gosta na salada, no pão, com vinho tinto, vinho branco, é um queijo delicioso, de sabor e aroma peculiares, uma invenção italiana, tem status de iguaria com seu sabor sofisticadíssimo, incomparável, vende aos quilos nos supermercados do Leblon, é caro e é podre. É um queijo contaminado por fungos, só fica bom depois que mofa. É um queijo podre de chique. Para ficar gostoso tem que estar no ponto certo da deterioração da matéria. O que me possibilita afirmar que não é pelo fato de estar envelhecendo ou apodrecendo ou mofando que devo ser desvalorizada.

Saibam: vou envelhecer até o ponto certo, como o Gorgonzola. Se Deus quiser, morrerei no ponto G da deterioração da matéria. Estou me tornando uma iguaria. Com vinho tinto sou deliciosa. Aos 50 sou uma mulher para paladares sofisticados. Não sou mais um queijo Minas Frescal, não sou mais uma Ricota, não sou um queijo amarelo qualquer para um lanche sem compromisso. Não sou para qualquer um, nem para qualquer um dou bola, agora tenho status, sou um queijo Gorgonzola".

Maitê Proença

sábado, 7 de setembro de 2013

Pátria amada, Brasil!


Dia da Pátria, Dia da Independência do Brasil. Deixamos de ser colônia, passamos a ser "parfum". Um perfume rico de muitas notas: mistura de cores, flores e raças. Deixamos de ser colônia de aroma exótico, passamos a ter o nossa própria nota de fundo: brasilidade.



Saudade do tempo em que todos saiamos as ruas para comemorar. 


Os pais com seus filhos, carregando bandeirinhas, todos ansiosos para assistir o desfile cívico. Ainda que sempre se repetissem, ano após ano, o orgulho de ser brasileiro estava sempre presente. 

Os estudantes esperavam ansiosamente o dia 7 de setembro. A fanfarra ensaiava diariamente para que o hino pudesse ser acompanhado com perfeição. As saias brancas cheias de prega, difíceis de passar, ficavam nos cabides dias antes, esperando para desfilar. 

Bons tempos aqueles, em que, nas escolas, o hino nacional era cantado, diariamente. E ainda nos ensinavam que primeiro era "em teu seio, ó Liberdade" e depois "nossa vida, no teu seio, mais amores". Que "Brasil, um sonho intenso" vinha antes de "Brasil, de amor eterno seja símbolo".

Os tempos são outros. Nem as escolas mencionam a semana da Pátria. Os desfiles mudaram: desfilam corrupção e corruptos impunes, protestos e depredações. 

Mas a Pátria ainda é a mesma: nossa Pátria Amada, Pátria Mãe Gentil, mãe de um povo caloroso, trabalhador, criativo e que muito ainda tem a oferecer para que nossa Pátria Brasil, deixe o berço esplêndido, abra os olhos e vá em frente, atrás da tão sonhada Ordem e Progresso. 

Pátria Amada, Idolatrada, Brasil!
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