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domingo, 31 de agosto de 2014

Divagações de sereia

As vezes o passado volta a nos assombrar, outras a nos encantar, mas sempre com aquela sombra de incertezas. Há momentos em que me pego querendo experimentar coisas que já vivi e nesses instantes o coração balança, quase não ouvindo a voz da razão.


Sinto falta de tempos já vividos e nunca esquecidos, coisas que tinha a certeza já estavam aquietadas dentro de mim. Tenho medo desse “eu antigo” que emerge das profundezas, pois conheço a força motriz de seus desejos. 

Difícil separar quem sou, daquela que fui, e ainda me equilibrar entre as duas, para me tornar inteira novamente.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Amor: com fim, sem fim, mas sempre amor.

Não há qualquer regra para que estórias de amor tenham, necessariamente, um final feliz. Há muitas estórias de amor que encantaram o mundo mesmo sem o clichê “foram felizes para sempre”.


Assim foi a nossa vida, a nossa história, ao longo desses quase 20 anos. E o final, enfim, chegou. Mesmo sem o “felizes para sempre”, não deixou de ser uma linda estória de amor, pontuada por momentos de carinho, bom humor, ternura e, sempre, muito respeito mútuo. 

Por sorte, não vivemos um filme de terror e nem mesmo um drama choroso e tão cheio de mágoas como aqueles com os quais nos deparamos diariamente.

Atrevo-me dizer que vivemos uma comédia romântica, que não teve o tal “felizes para sempre juntos”, mas que terá, sim, o felizes para sempre, cada um no seu quadrado, cada um ao seu modo, sem cobranças, sem mágoas, sem neuroses, mas com muita amizade e o respeito de sempre. 

Nossa parceria, sempre tão afinada, vai continuar vida afora, porque o amor que construímos, ainda que já não renda momentos tórridos, existirá além da vida, como sempre existiu e nos acompanhou. Querendo ou não, seremos sempre companheiros de estrada, aqueles que se entendem com o olhar, se compreendem com meias palavras. 

E quer saber? Tivemos sim, o nosso “felizes para sempre”, pois o resultado de todos os nossos bons e lindos momentos, de toda a nossa união, da nossa comunhão, é aquele que faz, a cada um de nós, feliz para sempre, onde quer que estejamos, juntos ou separados: nosso menino. 

Foi muito bom viver essa história com você. Nunca me arrependi de um único dia desses 18 anos de convivência. Aprendemos muito um com o outro. Você sempre esteve ao meu lado, me apoiando, me dando colo, me chamando a atenção. E eu, sempre estive com você, para o que desse e viesse. 

Por tudo isso é que conseguimos chegar ao final dessa história de mãos dadas, passos juntos, como todas as pessoas de bem e que se amam verdadeiramente deveriam fazer. E o mais importante, com a certeza de que, apesar dos caminhos serem diferentes daqui por diante, o amor nunca deixará de existir e nos acompanhar. Eu lhe perdoo toda e qualquer mágoa que, por ventura, tenha marcado meu coração, e lhe peço perdão pelo mesmo motivo. 

Quero de toda a minha alma, que você seja muito, muito feliz, sempre, e, no que depender de mim, estarei sempre aqui, para te ouvir, te acalmar, apaziguar e compreender. Te amo muito, sempre, por todas as vidas. 


Feliz recomeço para nós!


terça-feira, 5 de agosto de 2014

Dói, sim.

Uma vez, há muito tempo, alguém me disse que precisava sair da minha vida para que eu pudesse ser feliz. Ainda que fosse muito jovem, nunca acreditei naquelas palavras, porque a dor da ausência não pode fazer qualquer pessoa feliz.

A ausência imposta, dói, machuca, fere e, suas consequências, algumas vezes, perduram por um longo tempo. Mas, como todas as outras, essa dor também vai diminuindo, e o tempo trata de cicatrizar as feridas. 

A pessoa realmente saiu de cena, me deixou viver e eu, claro, acostumada com a sua ausência, que não doía, mas se fazia silenciosamente presente, fui feliz. 

Vivi minha vida com intensidade, com paixão, e cercada de muito amor. Aquela ausência virou parte de mim, era uma presença constante, uma lembrança boa, memórias de um tempo que não voltaria mais. Me fez crescer, me fez forte.

Mas a vida não tem script, não tem marcação de texto, não tem direção. A vida é a vida, pulsante, elétrica, em movimento. E nessas tão famosas "voltas que a vida dá", sem aviso, sem tempo para ensaio, sem preparação, fui transportada de volta para aquele mesmo tempo, com a mesma pessoa, que, mais uma vez, me disse que precisa ir embora para que eu continue a ser feliz. E mais uma vez, não me deu opção de escolha, apenas me deixou de presente aquela mesma ausência, que hoje, voltou a doer. 


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