Quando meu filho tinha uns 8 meses, tive a capacidade de trancá-lo no carro, com a chave dentro. Sorte isso ter acontecido na porta do escritório do pai dele, e eu ter percebido o fato em menos de 3 minutos. Sorte também, o fato de que o chaveiro estava a menos de um quarteirão. O bebê salvou-se, claro, e se transformou nesse menino lindo (que, diga-se de passagem, é a cara da mãe). Azar o meu, que até hoje sou atormentada, não pelo fantasma do causo, mas pelo pai, que está sempre a me lembrar: "não esquece de buscar o Edu na escola"; "você está lembrando que tem que pegar o Edu no inglês"?
Aí as pessoas podem dizer: "que cara chato, porque ele mesmo não vai"? Calma! Ele vai, sempre. Todos os dias é ele quem leva e busca nosso menino lindo na escola, no inglês, no futebol. E nunca se esquece. Ao contrário, chega sempre no horário correto e, na maioria das vezes, até um pouco antes. Meu filho já declarou inúmeras vezes que prefere que o pai o leve ou busque à escola e aos outros compromissos, porque, invariavelmente, sempre estou atrasada. Ou ele chega atrasado, ou sai depois de todos os amigos.
Mas... minha cabecinha boa é um problema e ontem me superei.
O pai (aquele que está sempre no horário), me avisou, um dia antes, que não poderia levar o menino ao futebol e nem buscá-lo, porque tinha audiências no mesmo horário. "Tudo bem, qual o problema? Eu levo e busco".
No dia seguinte, quando nós já estávamos de saída para o futebol, ele me liga: "Você não esqueceu que tem que levar e buscar o Edu, né"?
Que raiva, essa gente pensa que eu sou maluca. Levei o meu filho ao futebol e fui trabalhar. Meia hora depois, o tal do pai me liga: "Estou indo pra audiência, não esquece de buscar o menino". Quase o mandei a merda.
As 10h45, minha mãe me liga: "quem vai buscar o Edu no futebol"?
"Tchau mãe, daqui a pouco nos falamos". Me lembrei, naquele momento, que o futebol havia terminado 45 minutos antes e que eu havia esquecido de buscar o meu filho.
Sorte que Deus perdoa. Já meu filho e o pai dele, não tenho tanta certeza, kkkk.