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quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Eu voltei!


Não sei se pra ficar, mas com uma vontade imensa de permanecer por aqui, ao menos enquanto o vento não me leva para outros recantos. Foram quatro longos anos sem aparecer, sem contar as coisas que sucederam em minha pacata vida de sereia aposentada (Vixi! Depois da reforma da previdência, o aposentada vai ficar apenas no codinome, mesmo).

Tenho sim, muitas histórias pra contar, pois, como sempre digo, quem não as tem é porque não viveu.

Então é isso. Vai se preparando (se é que ainda tem alguém que lê as minhas "babosereias") que, aos poucos, vou voltando. Enquanto isso, escolha o fundo musical que melhor lhe aprouver e aquele que você acha que mais combina com o momento.

Toca o barco e beijo na alma. 



Chega de Bullying!

ESTA POSTAGEM ESTAVA ARQUIVADA NOS MEUS RASCUNHOS HÁ MAIS DE CINCO ANOS. O QUE CONTO AÍ, ACONTECEU EM 2012, MAS CONTINUA ATUAL. VAMOS DIZER NÃO AO BULLYING E A TODA E QUALQUER FORMA DE VIOLÊNCIA.


Há algumas décadas (poucas, é claro!) o bullying era um fato isolado no ambiente escolar. Existia sim, mas com raríssimas exceções, não era caso de polícia. A violência gratuita de hoje, entre crianças e adolescentes, assusta e faz pensar. 

Será que somos pais menos competentes que os nossos? Será que a nossa forma "moderna" de olhar o mundo e educar com menos rigor, transformou nossas crianças em seres insensíveis ao problema do outro? Não sei, mas tenho certeza de que os valores hoje, são sim, muito diferentes daqueles que aprendi há algumas poucas décadas. 

Para mim, professores eram ídolos e os colegas irmãos. Havia briga, havia bullying, mas nada que se compare à maldade estampada nas feições inocentes que vemos nas manchetes. Antes chamávamos o amigo de gordo, "Olívia Palito" (eu já fui chamada assim, um dia!), "pau de virar tripa", "cabeça chata", "pintor de rodapé", salva-vidas de aquário", e até me lembro de uma menina, que os meninos insistiam em chamar de "Cha-ka" (personagem da antiga série O elo perdido - entreguei a idade, kkk), isso tudo por conta do cabelo dela. Isso ocorria diariamente a minha volta, e todos nós, sem exceção, fizemos essas coisas ao menos uma vez. Isso era bullying, mas, convenhamos, não chega nem perto dos horrores que vislumbramos atualmente.

E onde quero chegar com todo esse papo? A lugar algum ou a todos os lugares. Na verdade quero contar minha recente experiência sobre o assunto e como a minha forma de agir, juntamente com a escola, e os valores que passamos aos filhos, tiveram um resultado positivo frente ao bullying.

Primeira semana de aula

Meu filho: "Mãe, o fulano me pediu R$ 2,00 para comprar lanche".

A mãe sereia: "Como assim? Quem é fulano? Porque ele queria R$ 2,00? Ele estava com vontade de comer algo e não tinha dinheiro? O que você fez"?

Meu filho: "Calma, mãe. Ele está na minha sala e no intervalo me pediu R$ 2,00 porque queria comprar lanche. Eu disse que não daria o dinheiro e ele então, queria trocar o dinheiro por jogos do X-Box. Eu respondi que não estava interessado e que nem gostava daqueles jogos, mas ele ficou lá, me irritando e falando pros outros meninos que "aquele outro ali nem sabe qual jogo é bom".

A mãe sereia: "Tudo bem filho, entendi. Mas você agiu certo. Não ceda a nenhuma exigência, seja de amigos, professores, funcionários ou quem quer que seja. Não tenha medo de dizer não e sempre, sem exceção, me conte tudo o que acontecer com você na escola ou em qualquer outro lugar. Você sabe que seus pais são os seus maiores amigos. E quanto a esse menino, tenha paciência, às vezes, é só uma forma de aproximação. Ele pode estar deslocado e não sabe como fazer amigos".

Segunda semana de aula

A mãe sereia: "Tudo bem hoje, filho? 

"Mãe, o fulano tá me perturbando. Ele fica me olhando o tempo inteiro, mexe nas minhas coisas e é grosso comigo e com meus amigos".

A mãe sereia: "Calma, filho. Se ele continuar a te perturbar, nós conversamos com a coordenadora ("pimenta no "zóio" do outro, não arde")"

Um mês depois...

"Mãe, hoje o fulano  jogou minha borracha no chão e ficou batendo nas minhas costas, me chamando de cuzão porque eu não quis que ele brincasse com as minhas coisas"!

A mãe sereia: "Ele faz isso só com você ou com os outros também?

"Ele perturba todos os meus amigos e é muito grosseiro. Mas é comigo que ele tem mais implicância. Eu contei pra professora que ele estava me perturbando e ela mandou que ele trocasse de lugar e fosse sentar mais na frente".

Dois dias depois

"Mãe, o fulano me xingou e ele continua pedindo dinheiro para outras pessoas".

A mãe sereia: "Vou marcar horário para falar com a coordenadora na próxima semana". 

E o pai perturbado e sem noção: "Ele é muito maior que você? Conversa com ele e fala que se não parar de perturbar, você vai dar umas porradas nele". (Aff!)

A mãe sereia: Credo! Não faz isso não filho. Violência não leva a nada. Vamos resolver de outra forma.

No dia seguinte 

"Hoje a professora tirou xerox da minha agenda. Eu reclamei sobre o fulano e mostrei minha agenda. Ela vai levar para a coordenadora".

A mãe sereia: "Que? Cópia? Que cópia da agenda"?

"Minha agenda, onde eu anotei todas as ocorrências que aconteceram comigo e com o fulano. Anotei tudo o que ele me fez e levei para a professora representante de classe".

Minha cara de "ué" ficou evidente. Eu jamais imaginei que meu filho poderia agir dessa forma, tão... tão... advogado.

Peguei a agenda e, em duas páginas, estavam anotadas todas as "ocorrências", tudo o que o colega havia feito com ele ao longo de todo o mês, inclusive um empurrão que ele não havia me contado.

É sério! Ele havia anotado na agenda uma lista com tudo o que havia acontecido, com as datas e detalhes. E deu à lista o nome de "Lista de Ocorrências do Fulano".

Naquele momento me senti uma "parva", a pior mãe do mundo, aquela que "empurrou o problema com a barriga" e não tomou as providências quando deveria. Mas também me senti orgulhosa em saber que meu filho havia conseguido resolver um problema sem a minha ajuda e que tinha aprendido e compreendido tudo o que tentei lhe ensinar ao longo dos anos.

Fui chamada à coordenadoria para conversar sobre o que estava acontecendo. A coordenadora me contou que haviam conversado com o meu filho, com outros garotos e com o menino e seus pais.  Me explicou que o menino vinha de outro colégio, que tinha um histórico de dificuldade em se relacionar com o outro, enfim, que era "problemático". 

Em casa, conversando com meu filho sobre o assunto, ponderei sobre a dificuldade de algumas pessoas em fazer amigos, em serem aceitas e, principalmente, em aceitarem o outro. Contei que o outro estava passando por alguns problemas e que, talvez, precisasse apenas de um pouco de atenção.

No dia seguinte o Faisca foi para a escola e levou um pacote de balas de presente para o outro, acenando com um pedido de paz e compreensão. 

Não se tornaram amigos, mas passaram a conviver de maneira pacífica, com o outro participando de grupos de estudos e trabalhos escolares, passaram a conversar sobre seus interesses, e o "problemático" deixou de causar problemas, não só ao meu filho, mas aos outros também.

De tudo isso, é fácil concluir que a violência jamais será aplacada com violência, e que o diálogo, o respeito, a empatia e a gentileza nunca sairão de moda e sempre terão força na resolução de problemas.



terça-feira, 20 de janeiro de 2015

O melhor do mundo!


Conversávamos, eu e meu filho, sobre estarmos, finalmemte, nos exercitando, quando eu disse que isso teria sido a melhor coisa que fiz na vida.

Imediatamente, ele me respondeu:

- Não, mãe, você está errada. Isso pode ter sido a segunda melhor coisa, mas eu sou a melhor coisa que você fez na vida. 

Contra fatos não há argumentos: meu filho é a melhor parte de mim, o melhor que fiz na vida.

Amocê de tantão, Edu.

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Especialmente da página de Marla de Queiroz


Mais um texto de Marla de Queiroz que retrata exatamente o que nós, mulheres modernas, continuamos sentindo como nossas avós. 

Ontem estava dizendo isso a minha cara metade: "Zé, estou me sentindo apática, com vontade de nada, quero só ficar num canto e... sozinha. Será depressão? E ele, lúcido como sempre, responde: Te vejo lá para o final da próxima semana, quando a TPM e a menstruação passarem. Prefiro evitar riscos!"

E hoje acho esse texto da Marla, retratando exatamente como eu e todas as demais sereias nos sentimos.

"Realmente, não sei o que é pior: TPM ou menstruação. Na TPM eu sinto um ódio súbito ou uma tristeza profunda (ou os dois alternada ou juntamente). Só não encontro o motivo. 

Durante a menstruação eu fico, sinceramente, imprestável: tudo dói, me falta disposição, me sinto doente. Já tentei todos os tratamentos, simpatias, evitei alimentos, etc e tal: nada adianta, resta-me o conformismo. 

Então eu fico devaneando sobre a revolução hormonal no meu corpo. Meus hormônios se voltam contra mim numa batalha agressiva, tentando me vencer sabe lá Deus por qual motivo. E quase sempre vencem: escrevo um pouco e deito; lavo um prato e deito; ponho a roupa na máquina e deito; leio um pouco e durmo. Se estou num trabalho fixo, respiro mil vezes para não pedir demissão ou peço, se estou em um relacionamento, fico entediada e com a ideia fixa do término (sorte que dessa vez arranjei um moço que tem a paciência do tamanho do amor dele!) e termino sem a menor sombra de dúvida. 

Me arrependo de tudo depois e, mesmo tendo consciência de que é o "período", tudo é tão REAL que não consigo racionalizar.


Enfim, isso tudo pra dizer que escrevi trezentas coisas pra vocês hoje, mas não consegui terminar nenhuma frase: deitava no meio da palavra e elas adormeciam comigo.

No mais, tento evitar fazer as contas de quantos dias no mês me sobram "em paz", em harmonia com meus hormônios. Não façam a conta, é desanimador.

Marla de Queiroz 
AMOR DAQUI!
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