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segunda-feira, 28 de julho de 2014

Entrelaçada

"As linhas da minha vida andam por entrelinhas, entrelaçadas aos laços que fiz e desfiz e aos que não aprendi desfazer. Misturam-se linhas tortuosas, torturadas, ora claras e definidas, e ainda assim, apenas linhas, que se cruzam e entrecruzam entre pontos e meio-pontos que o tricô da vida vai bordando pelo caminho. Definitivamente, nesse último ano a vida tem gostado da brincadeira de brincar comigo, de testar meus ânimos, meus limites e me tirar pra dançar. Então tá. Viro bailarina se preciso for". (divagações de Uma sereia aposentada). E já aviso: sem perguntas, por favor, nem eu tenho as respostas.

domingo, 27 de julho de 2014

Declaração de amor aos meus amores


Aprendi, ao longo da vida, que agradecer é fundamental e faz o mundo evoluir. Então, tirei esse momento, em que meu coração está pleno de alegria, para agradecer ao Pai Criador por me dar a oportunidade de evolução nesse planeta ao lado de pessoas que muito de si me deram e contribuíram para que eu possa ser o que sou.


Não me importa se chegaram ontem, há uma década ou mais, ou se ainda estão por vir. O que importa é o amor que me dedicam, os sorrisos compartilhados, os abraços apertados, os puxões de orelha para a realidade, o riso fácil.
 
Quero que cada um de vocês saiba o quanto é importante em minha vida, o quanto doou para sustentar meu espírito, tantas vezes perdido, muitas vezes feliz. Não, ainda não sou um espírito livre, equilibrado e em paz, mas percebo que a evolução se apresenta dia a dia e que cada um dos meus sorrisos, ouvidos e abraços para cada um e de cada um, me ajuda a subir estes longos degraus.

Mais jovem, me sentia feliz por meus dedos serem insuficientes para contar os inúmeros amigos que me rodeavam. Hoje, minha felicidade é conseguir separar os verdadeiros amigos, irmãos fraternos, daqueles que estão por aqui apenas para fazer parte da caminhada; porque descobri que os verdadeiros amigos não caminham juntos: eles ficam na concentração; estão ao longo do percurso ou te esperam na linha de chegada; porque são necessários para fortalecer o nosso caminhar, afinal, são os que nos incentivam, nos estendem as mãos e nos recebem com abraços.

Muitos de vocês nem se conhecem e outros se conheceram através de mim, mas quero que todos saibam da importância que tem nessa minha estrada e por isso lhes declaro esse amor para que jamais esqueçam que são amados, porque, todos os dias, quando me levanto, dou graças a Deus por ter a certeza de ser amada por vocês e isso ilumina o meu dia.

Muito obrigada, de coração e alma.

segunda-feira, 14 de julho de 2014

O show não basta, tem que ter final apoteótico.

Não é minha preferência a advocacia na Justiça do Trabalho. Não sou expert no assunto e não tenho jogo de cintura para "vender meu peixe", por isso não ofusco o brilho dos colegas especialistas nessa área.

Aqui em casa dividimos muito bem os afazeres: enquanto um, praticamente mora no fórum trabalhista, prefiro me aventurar pelas varas cíveis. Dessa forma, cada um na sua, sem estresse, nos entendemos muito bem. 

E por nos enterdermos perfeitamente, também confiamos um ao outro os nossos trabalhos e nos ajudamos sempre que preciso. Então, uma vez que "o outro" resolveu tirar férias e alguém precisava ficar por aqui para ganhar o pão, lá fui eu, "brilhar" na Justiça do Trabalho.

Não bastasse a pessoa me confiar duas audiências no mesmo dia, com 10 minutos de diferença entre uma e outra , tinham que ser em varas diferentes, uma em cada ponto de um longo corredor. 

Sento lá, faço aquela cara de paisagem (nem preciso me esforçar muito, né, afinal, gente bonita já impressiona só respirando, kkkk), guardo minha falta de jeito na bolsa e toco o barco. Já saio de lá frustrada porque aquilo que "o outro" me passou, aconteceu de forma totalmente diferente, mas... tudo bem, sereia é pra isso mesmo, enfrentar qualquer maremoto com as escamas brilhando.

Terminada a primeira empreitada corro para a segunda, a fim de verificar se ainda dava tempo de salvar o cardume, porque o show tem que continuar. Em meio aos muitos advogados, reclamantes e prepostos que aguardavam o seu tempo de apresentação, passo zunindo pelo cartório em direção a porta da sala de audiência e me esqueço de um pequeno declive no piso. Calma, faz parte do meu show, não vivo sem platéia e precisava de um final apoteótico.

Resultado: toda a atenção voltada para minha linda figura, multidão insandecida ao meu redor, braços desesperados para me tocar e uma confusão de mãos estendidas, não para aplaudir minha competência, mas para me ajudar a levantar do chão depois de eu ter me estatelado ao escorregar no "maldito declive" entre o cartório da 2a Vara do Trabalho e sua respectiva sala de audiências. 

Como diriam alguns possíveis clientes quando me procuram: quero ser indenizada pela situação vexatória (uma sereia lindonésia, estatelada no chão na frente de seus fãs) e pelos danos materiais (riscou meu sapato e quebrou minha caneta BIC) e poque até agora não sei o que doeu mais: a bunda, o pé torcido ou a minha cara linda, queimando de vergonha, kkkkkkkk.

Tá fácil não, ser sereia.

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